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domingo, 26 de julho de 2015

Campo de batalha

Tenho uma lembrança muito antiga. Lembro-me de meus pais, à noite, com velas nas mãos, à busca de uma chupeta perdida no quintal da chácara em que morávamos. Hoje não sei se foi um sonho ou real, mas lembro-me que havia muita angústia. Crianças têm dessas coisas, de ter seus desejos atendidos, não importa o sentimento ou necessidades dos outros.

E adultos queremos só para nós as ruas, os espaços, os assentos, as escadas-rolantes etc. “Segurança do próximo?” “Ele que sai da frente!”. “‘Eu’ preciso passar.”

Não sei de onde vem esse desejo que não respeita o outro, mas, não somos mais crianças, é preciso entender que ideias são captadas e também são transmitidas.

Transmita o que for bom.

 26 de Julho de 2015.

domingo, 19 de julho de 2015

Medir


Sempre que chega julho chega também aquele aperto no coração: já se passou metade do ano. E a gente vai envelhecendo e parece que o ano passa mais rápido. Como medir o tempo se ele encolhe a cada ano?

Antigamente eu contava o tempo na quantidade de vezes que revia meus avós; Em aniversários e natais; Em primaveras e verões; Em tempo de plantar e tempo de colher. Escola e férias.

365 dias. 12 meses. 52 semanas. 2 semestres. 4 estações. 525.600 minutos. Semanas de provas. Anos de formatura.

A gente vai ficando velho e tudo isso não importa mais. Tudo passa e tudo volta e parece que é sempre mais rápido.

Quero medir o tempo em quantas vezes eu pude dar amor, receber amor, ser amor. E que seja muito. E que seja longo. E que continue depois que eu me for. E que seja eterno.

19 de Julho de 2015.

domingo, 12 de julho de 2015

Aprendizado

Quase todas minhas publicações são feitas de lembranças. Simplesmente abro as cortinas da minha memória e a reescrevo aqui. De cada uma tento extrair algum ensinamento, algum aprendizado, um bom exemplo.

O maior de todos os aprendizados que adquiri é que tudo está aí, escancarado. Não há nada novo. Tudo já está pronto desde os primórdios do planeta. Só precisamos levantar as cortinas que escondem a luz e ver.

Newton não descobriu a gravidade, Thomas Edison não inventou a luz, Einstein não criou a teoria da relatividade. Todas essas coisas sempre existiram, só tiveram a humildade de observar e a coragem de expor o que aprenderam.

Você não precisa ser criativo para ser feliz, basta enxergar sem filtros.

12 de Julho de 2015.

domingo, 5 de julho de 2015

Moedas

Meu pai costumava brincar com as crianças oferecendo várias moedas de pequeno valor que elas pegavam radiantes de felicidade, acho que até se achavam ricas. Em seguida, ele pegava uma única moeda que superava o valor de todas as outras e oferecia em troca. Claro que as crianças preferiam ficar com dez moedas de um centavo do que com uma de um real.

E até tentávamos convencê-las que com a moeda maior se poderia comprar mais do que o monte de moedas pequenas, mas eram irredutíveis. Às vezes, aparecia uma criança mais esperta e convencia o meu pai a dar todas as moedas, até porque ele já estava disposto a fazer isso.

E assim, depois de crescidos, ainda somos seduzidos pelo pouco que achamos ter conseguido (ou o 1% que teimamos enxergar). Com medo de perder o pouco, deixamos de conquistar o todo.

O todo já é nosso. Basta acreditar, confiar, perseverar no que for bom e resistir ao controle do apego.

05 de Julho de 2010.

domingo, 28 de junho de 2015

Causa

No dia do meu batizado, eu tinha uns cinco anos, vestido com roupa nova e especial para a ocasião, rolei por um barranco por três vezes. Na ansiedade de ter meus vizinhos na festa, ia convidá-los, ou melhor, apressá-los. No caminho de volta, faltava coordenação para descer com calma e cuidado, então, eu rolava. Fui quatro vezes, rolei três. Não me machuquei (eu acho), mas, a minha mãe me perguntava sobre a roupa suja e amassada, sobre a terra no cabelo etc. Na última vez, mais envergonhado do que com medo, mudei a estratégia, deixei de lado a pressa, aumentei o cuidado e desci, sem rolar. Aprendi que o problema não era o barranco, era eu.

O legal de escrever um blog é que começamos olhar para dentro de nós mesmos. É a única forma de conseguirmos encontrar assuntos para escrever. E olhando para dentro percebemos que tudo o que acontece de bom ou ruim, principalmente o ruim, é causado por nós mesmos.

De alguma forma nossas escolhas geram as consequências ruins.

E eu não culpo mais ninguém. Evito, de todas as formas, falar mal do próximo, porque, na verdade, a realidade é um espelho. O que vemos de mal no outro, é o que carregamos na alma. Enxergamos nosso reflexo e, geralmente, ele é feio. Culpar o outro é a melhor forma de deixar as coisas como estão, afinal, é o outro. O que eu posso fazer? Reclamar, falar mal, jogar pedras. Porém, como num espelho, as reclamações, os xingamentos e as pedradas se voltam contra mim. Reação.

O lado bom é que, entendendo ser eu a causa, posso mudar minhas atitudes. Se eu quero o mundo mais bonito, eu preciso ser bonito. Se eu quero limpeza, tenho de ser limpo. Se eu quero justiça, tenho de ser justo.

28 de Junho de 2015.

domingo, 21 de junho de 2015

Maioridade

Há muito tempo eu li um livro muito velho e (muito grande também). Ele contava várias histórias, mas alguns fatos me chamaram a atenção. Tem a história de um homem que poupou o filho do sacrifício, substituindo-o por um cordeiro. Seu povo cresceu e se multiplicou.

Muitos anos depois, um descendente deste teve vários filhos. O mais novo gerou ciúmes em seus irmãos que o venderam como escravo para uma grande nação. De escravo ele passou ser o principal conselheiro de seu Rei, salvou esta nação e o próprio povo. 

Passaram mais alguns séculos e os descendentes daquele menino tornaram-se novamente escravos da grande nação (com tantos escravos, qualquer vilinha se tornará uma grande nação, é lógico!). O novo rei, em determinado momento, mandou matar todos os recém-nascidos do povo escravo. Um se salvou e libertou aquele povo e a Nação, sem escravos, perdeu sua magnificência.

Uns dois mil anos depois, outro rei mandou matar novamente os recém-nascidos do povo descendentes daquele primeiro sacrifício poupado. Um novamente se salva para desafortúnio do rei e seus descendentes.

Passaram-se mais dois mil anos e esta história vem se repetindo ao longo dos séculos.

Hoje, por não saber se estou do lado de quem vai continuar ou de quem vai sucumbir, prefiro proteger a todas as crianças que sejam oprimidas.

21 de Junho de 2015.

domingo, 14 de junho de 2015

Prova(ção)

Acredite se quiser, mas eu não gostava quando o professor chegava no dia da prova e dizia que esta seria com consulta. Entendia que desta maneira não provaria nada, não mostraria que tinha valor, pois, só copiaria as respostas. Claro que nunca evidenciei isso e, de certa maneira, ficava feliz pelos outros.

De qualquer forma as respostas sairiam dos mesmos livros. As lições aprendidas sairiam das mesmas aulas. Só que, na prova com consulta, parecia-me que eu não era merecedor. Não enfrentei dificuldades, me faltou a ansiedade, o medo de errar e a nota final satisfatória teria um gostinho de vergonha.

Talvez o Criador, muito sábio, entendeu que simplesmente dando as respostas, ao invés de felicidade sentiríamos envergonhados. Assim, mesmo que as respostas sejam evidentes, nos faz pensar que nós as encontramos, que as criamos e, assim, merecemos a vitória sem culpa.

14 de Junho de 2015.

domingo, 7 de junho de 2015

Transferência

Quando criança via os adultos usarem 2 copos para esfriar o leite. Ficavam transferindo o leite de um copo para o outro até chegar a uma temperatura que não nos queimaria a boca. Vi diversas vezes meus pais fazerem isso com o leite. Não entendia muito bem o que era, o que acontecia e até ficava emburrecido pela demora em tomar o leite.

O líquido até esfriava, mas os dois copos ficavam aquecidos. O calor era transferido e compartilhado entre os dois copos.

Mais tarde, também aprendi que o calor se dissipava no ar também, no espaço entre os dois copos.

E se fosse gelo o conteúdo transferido de um copo para o outro?

Como um copo frio e inerte nós podemos receber calor. Se tivermos conteúdo aquecido podemos transferi-lo também, e, nesse processo, o ar em volta também recebe um pouco de calor.Tudo pode ser transferido, compartilhado. Calor e frio.

7 de Junho de 2015.

domingo, 31 de maio de 2015

Cortina

Toda criança gosta de cortinas, de se esconder atrás delas. Também é irresistível para uma criança não tentar descobrir o que há por trás delas. Comigo, para desespero da minha mãe, não era diferente.

Ganhei alguns beliscões por levantar cortinas. Porém, descobri belas paisagens escondidas. Também já vi paredes e coisas nem tão belas e interessantes assim.

No Teatro, o espetáculo começa com o levantar de cortinas, a magia está escondida atrás dela.

 O “Grande Mágico” de Oz, escondido atrás de uma cortina, não passava de um simples e baixinho mortal.

 Aí, a gente cresce, descobre a finalidade de esconder a realidade atrás de cortinas ou, simplesmente, de bloquear a luz. Assim, infelizmente, perdemos a curiosidade de ver além delas. Se não vemos, também perdemos o desejo de mudar tal realidade.

Levante as cortinas!

 31 de Maio de 2015.

domingo, 24 de maio de 2015

Quebra-cabeça

Certo dia na minha infância, minha mãe chegou do trabalho com um pacote cheio de peças de um quebra-cabeça ganhado da patroa. Era o nosso primeiro e, sem experiência, a montagem no inicio foi difícil e até um pouco frustrante. Não tínhamos nem idéia da imagem que seria formada.

Assim, com paciência, montando as laterais, separando as peças de acordo com a tonalidade a imagem foi se formando até completar uma linda paisagem, uma família e um carro com porta-malas aberto sugerindo preparativos para um piquenique. Tão bonita que não dava vontade de desmontá-la.

Talvez, não consigamos ver nosso mundo como um inteiro. Nossa vida é formada de pequenos fragmentos que devemos montar, procurar as partes que se encaixem corretamente, e, no fim, depois de tudo montado, entender o todo.

Inteligente o Criador. Transforma a vida em um quebra-cabeça e assim, nos torna co-criadores. Não desista de encaixar as peças.

24 de Maio de 2015.

domingo, 17 de maio de 2015

1%

Quem, quando criança, não gostava de brincar com a própria sombra? Eu adorava. Achava engraçado o jeito que ela me “imitava”: dançando, pulando, abaixando etc... Acho que eu até conversava com ela, claro que ela nunca me respondeu.

Minha sombra não tinha cabelos, pele, olhos, boca. Era menos que um espelho, era só um vulto com minha forma. Sei lá, voltando à publicação “99%”, a sombra é o 1% de mim.

Ela imitava meus movimentos, nada mais. Se ela fosse um ser vivo, ela só reagiria, a capacidade de agir não existia para ela.

O 1% é reação. Os 99% é onde tudo acontece, onde se cria, onde se age, onde se transforma. O 1% é sombra, é escuridão. Os 99% é luz e criação.

17 de Maio de 2015.

domingo, 10 de maio de 2015

Atividade

Lembro de um dia na escola a professora pedir para levarmos uma lata vazia de leite em pó ou nescau. Achei e estranho e fiquei imaginando para o que seria. O que eu aprenderia com isso?

Durante alguns dias trabalhamos com papel colorido fazendo recortes, depois, colamos os recortes na lata, transformando-a num bonito guarda-treco. Fiquei muito feliz de ter feito algo útil e bonito. Mas, a professora pegou todas as latas e as guardou no armário.

Confesso que eu não me lembro o que eu pensei na época. Se usaríamos as latas na sala de aula ou se foram feitas para a professora mesmo. Mas, na última sexta-feira antes dos dias das mães, junto com um desenho pintado por nós, a professora nos entregou a lata e disse que era para entregar às nossas mães (naquela época, não havia festas para elas na escola).

E minha felicidade se transformou em ansiedade. Voltei o mais rápido que pude para casa para entregar o presente. E a felicidade da minha foi tão grande que senti uma ponta de remorso, pois, se soubesse que era um presente para ela, acho que teria empregado muito mais amor do que imaginando ser uma simples atividade escolar.

 Agora, por não saber os resultados finais, emprego todo o amor possível em tudo o que eu faço.

10 de Maio de 2015.

domingo, 3 de maio de 2015

Olhar

Gosto muito de fotografias e fico fascinado com fotógrafos que conseguem mostrar beleza em coisas ou lugares que não aguentaríamos olhar, que nos trariam asco ou angustia. Incrível este olhar que filtra o que é belo e poético onde normalmente não veríamos isso.

E através deste olhar de fotógrafo que denunciamos o que está errado. É através deste olhar que extraímos beleza onde ninguém vê. Que mostra a esperança onde enxergamos caos.

Quando se deparar com algo que não seja bonito, busque o olhar do fotógrafo, encontrar o foco do que é belo. Denunciar o que está errado. Mostrar a esperança onde há caos.

03 de Maio de 2015.

domingo, 26 de abril de 2015

99%

Não gosto de jogos de azar, não gosto de apostas. Se depender somente da minha vontade, eu não compro nem rifas, a não ser que seja para ajudar alguém ou alguma causa. Dizem que é o meu lado taurino e pão duro agindo. Deve ser verdade.

Vejo as pessoas que se apegam aquela pequena chance de ganhar na loteria. Eu não sou matemático, mas acredito que a maioria dos apostadores tem 1% de chance de ganhar.

Prefiro viver os meus 99% de tudo que posso ser, fazer, conhecer, aprender e presentear. A felicidade não está no 1%, ela é os 99% restantes.

26 de Abril de 2014.

domingo, 19 de abril de 2015

Átomo

Quando criança eu gostava de picotar um papel até chegar no menor pedaço possível. Quando ficava impossível tirar mais um pedaço, ainda assim, eu percebia que ali não era o fim. Eu estava limitado, mas, ainda daria para continuar cortando, só não tinha a tecnologia para isso. Imaginava se havia um ponto indivisível. Ainda não sabia o que era átomos.

Em pedaços muito pequenos, papel é só papel. Não importa se, quando inteiro, era uma tese de doutorado ou pornografia.

No colegial, aprendi o que era a menor parte possível da matéria: O átomo.

E tudo é feito de átomos, inclusive nós. E não existe átomo ruim ou bom, existe átomo.

Uma visão bem simplista do ser humano, mas, o que nos diferencia? A diferença é o que fazemos ou deixamos de fazer depois de formados.

Os cientistas dizem que estamos feitos de átomos, mas um passarinho me contou que estamos feitos de histórias.” Eduardo Galeano.

19 de Abril de 2014.

domingo, 12 de abril de 2015

Erro

Uma vez, na época em que os ônibus tinham cores diferentes, na pressa de chegar em casa, peguei o ônibus errado. Como a primeira parte do itinerário era a mesma, só percebi o erro quando o ônibus pegou um caminho diferente.

Ônibus estava muito cheio, não tive escolha, fiquei lá sentado, esperando o ônibus esvaziar um pouco para conseguir chegar até a porta de saída, descer, esperar um ônibus que voltasse uma parte do caminho e pegar o coletivo correto.

No erro conheci lugares novos, vi novas paisagens, aprendi novos caminhos.

Mesmo quando erramos a gente sempre aprende alguma coisa nova.

12 de Abril de 2015.

domingo, 5 de abril de 2015

Abandono

“- Eu amo dias de sol.” “- Eu amo meus discos (livros, celular etc).” “‑ Eu amo porque é bom prá mim”.

Quantas vezes eu disse isso, mas também preciso fazer coisas em dias sem sol. Eu gosto dos meus discos, mas, hoje em dia, sem ter onde tocá-los juntam pó, e meus livros, da mesma maneira, estavam na estante.

Amar o que nos é útil é muito fácil, o problema é que este tipo de amor, no fim, se transforma em abandono.

Ame gratuitamente. Ame sem precisar receber nada em troca. Ame por que é bom amar. Ame por que só o amor salva.

05 de Setembro de 2015.

domingo, 29 de março de 2015

Gravidade

Por duas vezes eu quase me afoguei. Senti a densidade fluida da água me arrastando para o fundo. Sensação: Medo e Desespero.

Por duas vezes sofri com lesões que me impossibilitaram de andar. Depois de algum tempo imóvel, nossos músculos não suportam a gravidade e é preciso fortalecer a musculatura para caminhar de novo. Sensação: Fraqueza.

Já perdi pessoas queridas que desencarnaram desse veículo chamado corpo. A sensação de perda é muito parecida com a de ser arrastado para fundo da água ou como a de faltar força para levantar e seguir em frente. Exige muito esforço.

A gravidade nos prende neste planetinha azul que chamamos de Terra, mas também prende o ar que respiramos e nos provém alimento. E se você quiser continuar nele, não se deixe arrastar para o fundo, fortaleça seus músculos. Levante e vá a busca do oxigênio, em busca do alimento que te fortalecerá. Eu gosto de chamá-lo de Amor.

29 de Março de 2015.

domingo, 22 de março de 2015

Simbiose

Estima-se que um ser humano saudável tem 100 trilhões de células. Deste total, somente 10 trilhões pertencem a nós, os outros 90 são nossos hóspedes, ou melhor, inquilinos e pagam por isso digerindo nosso alimento, produzindo substâncias e vitaminas necessárias ao nosso corpo, nos protegendo contra doenças.

Somos 10%. Somos mais bactéria do que humano. Somos um universo de seres vivos e que precisam estar em harmonia, em equilíbrio para que todos vivam (ou sobrevivam). O excesso de um ou a falta de outro nos deixa doente, podemos morrer e levar parte deste universo microscópico.

E dentro do Universo maior, aquele que vemos, ainda não entendemos que não somos um e sim, parte. Que destruir qualquer coisa estamos destruindo nossa chance de sobreviver.

22 de Março de 2015.

domingo, 15 de março de 2015

Embaçado

Uma vez chegaram para mim com uma câmara fotográfica nas mãos dizendo que algo estava errado com ela. As fotos estavam saindo desfocadas, estavam estranhas. Perguntaram-me se era defeito da câmera, falta de regulagem, mau uso etc.

Peguei a máquina, olhei e testei seu funcionamento, bati uma foto, estudei a imagem, olhei para a lente, depois limpei a lente. Pronto voltou ao normal.

Uma mancha engordurada de dedo na lente deixava as fotos distorcidas.

Quantas vezes a gente enxerga uma realidade distorcida por uma lente suja. Preste atenção antes de reclamar, às vezes, é preciso limpar nossos pensamentos. Use o amor sem moderação.

15 de Março de 2015.

domingo, 8 de março de 2015

Roubar

Uma vez, na escola, eu fui acusado de roubo. Fazia o curso noturno e um aluno do período da tarde esqueceu uma máquina de datilografar portátil na sala. Disseram ao inspetor, que era novo na escola e não me conhecia, que fui visto com o objeto.

Ele me acusou, me ameaçou e disse que eu não sairia da classe enquanto eu não devolvesse a máquina, mesmo eu falando que não estava comigo. Tudo isso na sala de aula, na frente dos colegas.

Alguns colegas, mais valentes e rebeldes do que eu, saíram em minha defesa. Diziam que eu era uma pessoa boa, sempre disposta a ajudar e compartilhar, que era impossível eu ter roubado alguma coisa.

O objeto acabou aparecendo e o acusador se desculpou com um sorriso amarelo.

Aprendi que o contrário de roubar é dar, compartilhar, acudir quem precisa. Foi que os meus colegas disseram ao inspetor, foi o que meus colegas fizeram para me defender.

08 de Março de 2015.

domingo, 1 de março de 2015

Reparação

E quanto mais a ciência entende o funcionamento do corpo através do projeto genoma, mais perto do conhecimento da alma transgressora chegamos.

Por incrível que pareça, a máquina divina que é o nosso corpo, que por fora parece funcionar perfeitamente, ao se conhecer o processo de multiplicação celular, descobriu-se que ocorrem inúmeros erros na reprodução das células. Em alguns casos, a mutação foi necessária para que evoluíssemos, nos tornando o que somos hoje, mas, na maioria das vezes, os erros da reprodução são corrigidos. A dualidade dos cromossomos, que para nós parecem com duas fitas entrelaçadas, permite resgatar o material genético original e recomeçar da forma correta.

O Divino, ao criar nosso sistema de reprodução genético, a multiplicação das células, não pensou na perfeição, ao contrário, ele permitiu um número razoável de erros, mas, ao mesmo tempo, criou um mecanismo de reconhecimento dos erros e reparo destes. E por isso chegamos até aqui.

E depois de formados, corpos evoluídos, providos de conhecimento e do livre-arbítrio, é perceptível que algo está errado. Se os erros não forem corrigidos estamos nos condenando à extinção. É hora de parar, resgatar princípios básicos que nos trouxeram até aqui, corrigir e seguir em frente.

Um bom princípio a ser resgatado?!

Fácil: “- Amai ao próximo como a ti mesmo!”


29 de Fevereiro de 2015.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Transgressão

E como o meu berço da publicação anterior, este mundo ficou pequeno. Muita gente excluída de coisas básicas como moradia, boa educação, comida, de saúde, enfim, de dignidade.

E por que não mudamos? Não buscamos o correto? O novo bom (ou as boas novas, para usar um termo cristão)?

Porque a minoria que tem tudo, acredita que isso é o “bom”. Temporariamente fortalecidos pelo poder econômico, criam leis e modelos sociais que criminalizam (ou posso dizer, “crucificam”!) quem não agüenta mais o lugar estreito. Nessa cultura do apego e do controle, não percebem que este “aperto” tornará impossível a existência de suas próximas gerações.

Transgredir, invertendo um pouco o conceito católico/cristão, é o caminho estreito para redenção do mundo. A passagem para o largo, para o novo bom.

22 de fevereiro de 2015.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O novo bom

Eu tenho lembranças muito antigas da infância. Consigo lembrar até do meu berço, de como gostava dele e como era bom ficar ali. Lembro das grades e até da retirada delas. Lembro quando ele ficou pequeno (na verdade eu que cresci) e apertado, mas eu continuava achando-o bom e não quis trocá-lo pela nova cama, que seria o correto, mas, não sabia se era bom.

Na vida, acostumamos com que é bom, nos conformamos com ele e não percebemos que crescemos, que é preciso ir à busca de novos e maiores espaços. Deixar para trás o que foi bom e ficou estreito. Dar o salto de fé para o largo, o correto, o novo bom.

O bom é o lugar que ficou estreito para nosso corpo, o correto é o lugar amplo que nossa alma almeja e que é necessário para nossa evolução.


15 de fevereiro de 2015.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Por que existe gente pobre? - Conclusão

Se a miséria e a pobreza são invenções humanas, elas tinham um propósito: Cultivar, efetivar e assegurar para poucos o maior (não o melhor) poder de todos: O econômico.

E, em busca deste poder, estes poucos não pouparam esforços. Travaram-se inúmeras guerras, dizimaram-se incontáveis vidas, destruíram florestas, rios, nações de nativos (afinal, estes não entendiam a sedução do “ter posses” e, assim, não poderiam ser iludidos a ponto de serem explorados como mão de obra barata.

São muito criativos para manter esse status quo. Engarrafam miséria em suas indústrias de bebidas. Metabolizam miséria em seus laboratórios de drogas. Iludem a miséria em seus cassinos. Ensinam a miséria em seu sistema educacional. Vendem a miséria em seus bancos.

Quem tem este poder não quer perdê-lo. Com dinheiro (o deus soberano dessa classe), eles inventaram um mundo de ilusões. São donos de meios massivos de alienação (jornais, TVS, rádios, editoras), usados tanto para criar a ilusão de que tudo isso é normal, quanto para criminalizar àqueles que tentam te dar “a pílula” do filme Matriz, que tiraria do transe àqueles que desejassem “acordar”.

A lei é criada por eles, a justiça é feita pela ótica de quem está por cima. Inclusive quem deveria julgar, vem desta tradição de endinheirados, também não querem ver tudo aquilo que acumularam durante gerações, ser diluído entre as massas (e nem estou falando de expropriação, estou falando de direitos). Não querem o filho da empregada sentado ao lado do seu primogênito na universidade de direito ou medicina. Não quer a pessoa que engraxa seus sapatos jantando em seu restaurante preferido. Não suportam a idéia de que os faxineiros do fórum dividam o espaço do estacionamento com seu carro de luxo importado. Assim, segregam as pessoas em "guetos" e impendem o acesso dessa gente nos espaços que pensam ser exclusivos dos "poderosos". Então, só posso concluir que seu julgamento está contaminado por este medo da “perda” do seu pseudo conforto.

Não se iluda. A miséria é muito fácil de ser eliminada. O difícil é combater quem não quer perder o poder de jeito nenhum!

O que fariam os poderosos ao verem seu (exclusivo direito) conforto sendo ameaçado? Alguém sabe a resposta?

 08 de Fevereiro de 2015.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Por que tem gente pobre?

Quando criança eu costumava fazer esta pergunta. É lógico que ninguém soube responder. Na infância, minha família morava como caseiros numa chácara bem afastada dos centros urbanos. Não pagávamos aluguel, mas tínhamos muitas dificuldades também, caderneta no armazém, móveis penhorados, roupas rotas... mas, achava que pobres eram os mendigos que via nas poucas vezes que ia a cidade. Sentia-me mal, eu tinha uma casa e uma cama, e eles?

A gente cresce, as coisas melhoram, mas, as perguntas ficam? Eu já até aprendi por que existe pobres, o que me espanta é por que ninguém mais faz essa pergunta: “- Por que existe gente pobre?”

Sabemos que 85 pessoas (os mais ricos do planeta) concentram mais da metade de todo o dinheiro dos mais pobres, mais da metade dos habitantes da Terra. Dá para entender a diferença?!

Na natureza, alguém já ouviu falar em um bando leões pobres? Ou uma matilha de lobos, manada de gnus ou elefantes, aves, minhocas etc?! Não. A pobreza e a miséria é exclusividade da raça humana.

Pobreza é invenção da humanidade. Começou com a escravidão no início das civilizações e continua nos dias atuais. Enquanto existir miséria, existirá também quem a explore.

Oras, se pobreza e miséria são invenções humanas, cabe a nós eliminá-las.

Não é impossível. Vou dar um exemplo simples e recente.

A última “Mega Sena da Virada”, alcançou a cifra de R$ 240 milhões, já descontados os impostos. Sabe o que é esse número? Esse número significa que, se o dividíssemos por todos os brasileiros, cada um receberia R$ 1.200.000,00 (Um milhão e duzentos mil reais). Acabaria a extrema pobreza no Brasil!

Bem se a jogatina consegue tamanha proeza, quando nossa consciência humana evoluirá ao nível de extinguir essa mazela da sociedade?

Pensem, reflitam e compartilhem essa indagação.

01 de Fevereiro de 2015.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Mudanças

Férias sempre trazem boas lembranças. Outro dia estava recordando quando tive aulas vela. Foi uma grande e divertida lição. Tinha o mar da Bahia, um barquinho a vela e só precisava de vento. Mas algo que me intrigava e me assustava. Se o vento que enchia a vela me empurrava para uma direção, como faria para voltar? O instrutor me ensinou uma das maiores lições da minha vida: Não importa para que lado o vento sopre, você só precisa ajustar as velas e você chegará onde quiser.

E os ventos da mudança, graças ao Criador, nunca deixam de soprar e, se não tomarmos o cuidado de ajustar nossas velas, eles nos deixará a deriva ou nos levará onde não queremos estar. Marque seu horizonte onde está a felicidade, ajuste suas velas e deixe o vento de levar.

Se parar de ventar?! Aponte para a fé e reme!


25 de Janeiro de 2015.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Curto-circuito

Trabalho com baterias chumbo-ácidas também conhecidas como acumuladores elétricos. Elas produzem energia química com muitas aplicações para tornar este nosso mundo moderno um lugar mais confortável.

Para leigos, uma caixa com dois pólos: um negativo e outro positivo.

Para quem trabalha com elas é importante saber que não se deve, em hipótese alguma, ligar um pólo ao outro, encostando ferramentas ou fios, para que não ocorra um curto-circuito. Este fenômeno provoca faíscas, calor e até explosões e, se por sorte, não se machucar, com certeza inutilizará a bateria, pois extinguirá a tensão ou resistência que havia nela, a corrente elétrica.

E tantas vezes a gente quer ir pelo caminho do bem, seguindo a direção certa (ao positivo), resistindo ao que for ruim (o negativo), mas, em momentos de fraqueza ou egoísmo, desistimos de resistir, pior, voltamos no sentido o contrário, provocando um curto-circuito, machucando a si mesmo e ao próximo e inutilizando tudo o que aprendeu e que lhe foi útil.

Resista!

18 de Janeiro de 2015.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Camarote

Domingo de corrida em Interlagos, pouco tempo atrás, era sinônimo de encontro de amigos na laje para verem a corrida (pedacinhos dela) de graça. Cada um levava alguma coisa, carne, bebidas, doces e a alegria da comunhão que, em outras palavras, significa amor.

As lajes da favela continuam cheias em domingos de F1. Alguns felizes por pagarem pouco e outros felizes por receberem muito. Comunhão?! Não. Aqui assiste quem tem dinheiro, amigos ficam para outros domingos. As lajes da comunidade se tornam camarotes, onde se recebem os “gringos” com seus dólares e euros.

No Rio de Janeiro, a melhor vista da cidade maravilhosa ficava nos morros, no meio da comunidade. Ali se tinha pouco dinheiro, em compensação, a vista era boa e de graça.

Com a “pacificação” um fenômeno se iniciou. Estrangeiros endinheirados começaram a comprar casas na comunidade. O preço é barato para quem paga, mas, suficiente para iludir quem vende, pois, em pouco tempo, descobrirá que o que recebeu só dá para comprar um barraco num lugar mais afastado e pior.

Acontece o mesmo no carnaval de Salvador, nas praias de Trindade e Trancoso e em tantos outros lugares.

E assim, ao invés de agregar, de comungar, nós separamos, pior, segregamos. Quem pode mais se apossa e expulsa quem não pode tanto.

Se comungar é amor, como a gente chama a segregação?

11 de Janeiro de 2015.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Decisões

Você já iniciou as decisões tomadas na virada do ano?

Todo ano a mesma coisa, na hora dos fogos as metas do ano novo: parar de fumar, fazer exercício, fazer dieta, estudar etc. Alguns iniciam, outros adiam e outros desistem. Só o mais disciplinado chega ao final. Na maioria das vezes atinge os objetivos, algumas vezes não, mas aprendem sobre suas limitações.

E o grande segredo é, se tomar uma decisão, inicie-a e vá até o fim. Não se assuste com as dificuldades, até por que se fosse fácil não precisaria decidir nada, o pior que pode acontecer é você não atingir o objetivo, mas, e daí? O caminho tomado, a força empregada é o seu aprendizado sobre perseverança, esperança e fé.

Lições aprendidas, erros corrigidos, felicidade atingida.


04 de Janeiro de 2015.

domingo, 28 de setembro de 2014

À margem

Em outras publicações já falei do córrego que atravessava a chácara em que morava. Já falei da sua extensão e até de pontes construídas para cruzá-lo. Na maior parte do ano, suas águas eram calmas, corriam tranquilamente em suas estreitas margens e, em alguns trechos, profundas. Neste trecho que foi construída a ponte da publicação. Então, depois de uma tempestade, o calmo rio transbordou e levou a pequena ponte.

“-Oh malvado rio, destruiu a ponte que me trouxe felicidade!”.

Não, ele não era mal. Em minha cegueira egoísta não percebi que ele era o oprimido, obrigado a correr dentro de suas estreitas margens. Ele queria ser largo, livre, queria vislumbrar o horizonte. Eu é que o queria calmo e estreito. A violência era minha, que não entendia a sua vontade de ser livre.

28 de Setembro 2014.

domingo, 21 de setembro de 2014

Liberte

Sempre fui apaixonado por livros. O estranho que eu ganhei poucos livros como presente. Já tive uma biblioteca considerável e quase todos comprados. Agora, começo a me desfazer dos livros, dando a oportunidade que outros também possam lê-los.

Ironicamente, agora que me desfaço dos livros, nunca ganhei tantos. Quando alguns amigos souberam da minha ação, resolveram doar seus livros para que eu os “libertassem” também.

E tanta gente reclama que é desprezado, esquecido e não recebe amor e carinho. Talvez, o segredo seja dar ao invés de guardar para si.

21 de Setembro de 2014.

domingo, 14 de setembro de 2014

Procrastinação

E o final de semana é tão bom e dura tão pouco. Todo mundo pensa assim e tenta aproveitar ao máximo estes dois dias. E não me venha falar que preciso deixar algo pronto para a segunda-feira pois, o risco de eu fazer às 11 horas da noite do domingo é muito grande, mesmo sentindo uma ponta de agonia e culpa o feriado inteiro.

Nossa mania de achar que o perfeito continuará sempre assim desde que não mudemos nada. Viramos robôs, fazendo sempre o mesmo, automaticamente. Acabamos por esquecer coisas importantes, inclusive sentimentos.

E vivendo no automático, afinal tudo está bem, deixamos de ensinar que, se chegamos até aqui, muitos lutaram, persistiram, tiveram medo e momentos de extrema coragem, choraram, sorriram, amaram e venceram no passado.

As coisas mudam. Imaginem se faltarem exemplos para as gerações futuras.

14 de Setembro de 2014.

sábado, 19 de julho de 2014

YHWH


Óh deus de Israel, YHWH, clamo humildemente que salve o povo palestino, principalmente os de Gaza, a terra que escolheu para que O Seu Filho Yehoshua nascesse, a terra em que Ele cresceu e ensinou ao mundo a Sua maior lição: “Amar o próximo como a ti mesmo!”

Não permita o genocídio em Gaza. Proteja os palestinos como protegeu, há mais de 2000 anos, o Seu Filho do infanticídio de Herodes, naquela mesma região que hoje chamamos de Gaza. Não permita que milhares de pequenos Yehoshuas tenham seu sangue derramado por questões mundanas de homens que já esqueceram de Ti há muito tempo.

Amém!

‪#‎PrayForPalestine‬ ‪#‎PrayForGaza‬ ‪#‎OrePorGaza‬ ‪#‎RezePelaPalestina‬

19 de Julho de 2014.

domingo, 6 de julho de 2014

Lunação

Ao olhar o calendário vi que era lua crescente. Lembrei da infância que minha mãe sempre olhava na folhinha o início da lua crescente, era quando ela cortava nossos cabelos, quando iniciava o plantio das sementes. Pensei: “- Deve ser a hora certa de voltar a escrever também.”

E a nossa vida segue como um ciclo lunar. Ele vai crescendo, se iluminando, ganhando destaque e reconhecimento e, por fim, atinge o auge, nossa lua cheia. E, lá no alto, talvez só reste descer. Nossa lua minguante. Esquecemos as lições, sucumbimos ao ego, vamos perdendo nosso brilho.

E na lua nova, eclipsados, é hora de rever tudo, pensar o que está certo e o que está errado, refletir. Esta fase também passará e teremos que estar preparados para plantar na lua crescente o que for bom e que precisa crescer bem.

06 de Julho de 2014.

sábado, 7 de junho de 2014

Herói


Na minha infância não tinha tantos programas para crianças como hoje. Eu sofria quando por vários motivos perdia meu desenho semanal favorito: Super Amigos. Criança adora super-heróis, não fui diferente. Além desses tinha o Batman, Ultraseven e o Ultraman.

Impressionava-me aquela busca pela justiça, aquela grande luta pelo bem que levava o herói ao esgotamento, quase à morte, mas, no último fôlego, era buscado um restinho de energia que o levava a vitória.

Hoje todo mundo procura por um herói. Esquecemos que a busca pelo bem é uma batalha que pode exaurir nossa energia, mas é preciso coragem, determinação, fé e, quando tudo isso esgotar, buscar aquele restinho de vontade e continuar até o triunfo. Ele virá, pode acreditar!

07 de Junho de 2014.

domingo, 1 de junho de 2014

Criatividade

Já me perguntaram várias vezes de onde eu tiro as idéias para minhas publicações neste blog. Como eu consigo arranjar tanto assunto para comparar coisas banais da minha vida.

Na verdade eu não sei. Acredito que tenho experiência, afinal, quando este blog era semanal, aprendi uma certa técnica que facilitou as coisas.

Porém, além da disciplina, da experiência, da técnica é preciso entender que criatividade é um dom divino e, por ser divino, eu levo muito a sério. Eu acredito que posso fazer algo e crio.


01 de Junho de 2014.

domingo, 25 de maio de 2014

Libertar

Há algum tempo eu comecei “libertar” meus livros pela cidade. Sempre que alguém me pedia um livro emprestado, eu falava: “-Pega prá você, eu já o li.” Neste mês dei um passo a mais, além de “libertar” meus livros, tentei motivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Até criei um espaço (e vi, com muita alegria, meu exemplo ser seguido) para que as pessoas pudessem levar os livros que juntavam pó naS estantes. Deixava um, levava outro. 

Quem sabe a idéia se espalhe e transformamos esta cidade numa grande biblioteca.

E a vida me ensinou que não devo guardar muita coisa. Libertar tudo o que me foi bom para que seja bom para outro. Acredito que o amor é isso: liberdade. O contrário é apego.

25 de Maio de 2014.

terça-feira, 4 de março de 2014

Feridas

Hoje, graças a um cão mal humorado, minha sobrinha ganhou mais um machucado. Pequeno é verdade, foi tratado devidamente e feito curativo. Amanhã será só mais uma lembrança e no próximo fim de semana nem isso.

Crianças sadias e ativas são assim, sempre com pequenos machucados: joelhos esfolados, pés cortados, arranhões em toda parte. É o preço de dias cheios de atividades e brincadeiras, mas, com tratamento e com o tempo, somem.

Quando adultos, nossos ferimentos são internos. São feridas na alma causadas por amargura, por culpa e solidão e, por não sabermos como tratá-las, elas sangram e causam muita dor.

É preciso tratar urgentemente. O curativo é amor, aceitação e paz.

04 de Março de 2014.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sofrimento

O mais difícil em escrever este blog é o meu egoísmo. O prazer de encontrar palavras bonitas para descrever que algo é certo ou errado. Quando percebo isso, minha aflição aumenta, afinal, eu não posso fazer isso, quem sou eu para dizer o que é certo ou não? E isso, também é a minha parte humana e egoísta me confundindo.

Minha consciência me trai e eu fico travado, sem assunto, sem motivação e estressado. Nessa hora eu paro com tudo, apago os rascunhos, resisto ao meu ego e deixo que o coração me dite as palavras.

Toda carga de sofrimento que insistimos em carregar é por causa do nosso egoísmo. Nunca estaremos certo, nunca saberemos o que é errado por que queremos satisfazer somente ao nosso ego. Se esvazie, tenha coragem de ouvir e seguir o coração, ele não erra.


23 de Fevereiro de 2014.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Desigualdade

Toda criança gosta de uma boa fábula. Eu não era diferente, mas, tinha uma que eu não gostava: A tartaruga e a lebre. Na famosa história os dois animais disputavam uma corrida e, para surpresa de todos os animais da floresta, a tartaruga foi a vencedora. Tinha várias lições de moral: sobre a persistência e também sobre a soberba.

Eu não gostava porque é impossível uma tartaruga ganhar de uma lebre no habitat da lebre, em terra firme. A disputa não é justa. O coelho é preparado para sobreviver e correr naquele ambiente e sendo assim, na minha ingênua opinião de criança, a tartaruga, mesmo cruzando a linha de chegada bem depois da lebre, não poderia ser considerada perdedora.

E hoje, nossa cultura exalta e prestigia os vencedores. O problema é que, quem não é vencedor só pode ser o perdedor e, como tal, tem que ficar por baixo, aceitar que ali é o seu lugar. Tá errado. Não podemos tratar como perdedores quem não tem as mesmas oportunidades dos vencedores.

16 de Fevereiro de 2014.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sim

Sou fã dos Rolling Stones, dos Beatles, de Mick Jagger e de John Lennon. Sou um em milhões, mas, também sou fã de Yoko Ono, a viúva de John Lennon, e eu não conheço nenhum outro fã dela. Para falar verdade, para a maioria das pessoas, o único fã de Yoko era John Lennon.

A história dos dois começa com uma exposição de Yoko, na obra batizada de Ceiling Painting (Yes Painting). Consistia numa escada, no topo dela, no teto, uma tela aparentemente em branco, e uma lupa pendurada. John subiu a escada e, ao observar o quadro, notou que havia algo ali, pegou a lupa que estava dependurada, apontou para o quatro e leu a palavra “yes" (“sim” em inglês).

Mesmo sem conhecer a artista, parece que John se apaixonou.

E gente ouve tantos “nãos” nesta vida, tanto pessimismo, tanta negação que o mais minúsculo “sim” pode fazer a diferença de uma vida.

E você, diz mais “não” ou mais “sim”?

27 de Janeiro de 2014.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Ponte

Havia um córrego na chácara em que morava na infância. Em alguns trechos era difícil de cruzá-lo e o meu pai fez uma pequena ponte com troncos de árvores. Muito simples, mas havia até corrimão, e eu a achava linda. Eu a cruzava de um lado para o outro, várias vezes, era meu brinquedo novo e, como tal, me fazia feliz.

E às vezes, a gente fica à margem da vida, sozinho e triste, separados pelo rio da indiferença, pelo esquecimento, pelo egoísmo, por nossa imperfeição humana: a maldade.

E o que a gente faz?

É preciso construir uma ponte chamada Amor, com um corrimão chamado Esperança.

“Like a bridge over troubled water, I will lay me down” - Simon & Garfunkel

12 de Janeiro de 2014.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Calor

Semana de muito calor e todo mundo só pensa em se refrescar. Piscina, ar-condicionado, sombra e água fresca é o que todo mundo lembra é o que todo mundo quer. Tudo que possa combater o calor e trazer conforto.

E com razão, o aumento excessivo da temperatura do corpo pode trazer muitos malefícios à saúde.

Da mesma forma que busco alternativas para combater a alta temperatura e seus malefícios, tenho que buscar soluções para todos os sentimentos que me deixam de “cabeça-quente”: raiva, estresse, ansiedade, medo etc. Procuro abrigo em um lugar de sombra fresca e refrigerado de paz: o coração.


04 de Janeiro de 2013.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Primeiro de Janeiro

Eu adoro o dia primeiro de janeiro. Esperança está no ar, todo mundo feliz, muitos planos, otimismo em alta e a confiança que tudo irá mudar para melhor, que os problemas serão resolvidos etc e tal.

E só o fato de ter esperança já um grande e excelente começo. A confiança que tudo vai dar certo é o estímulo para começar ou recomeçar, para criar ou recriar, para inovar. Vá em frente.

Eu desejo a todos um ótimo 2014, melhor, eu desejo que todos os seus dias sejam de ano novo, que ele recomece a cada amanhecer, que a esperança renasça todos os dias, que se inove a cada clarear do dia.

Feliz todos os dias!


01 de Janeiro de 2014.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Travar

Todo mundo sofre com o Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC. Não foi diferente comigo, mas eu meus colegas nos esforçamos para fazer algo apresentável, inclusive com plano “B” e cansativos ensaios.

E eu sabia tudo, cada parágrafo, cada vírgula daquele projeto e todo mundo confiava em mim. Na apresentação eu falaria pouco para bancada de jurados e depois voltaria para operar o datashow. Nesta parte, por um segundo me distrai, esqueci de passar um simples slide, esqueci de apertar um botão e precisei ser cutucado por outro colega. No final deu tudo certo.

Quantas vezes a gente se dedica tanto a um assunto, a um tema e nos tornamos peritos. Confiantes que não vamos errar, deixamos de arriscar um improviso, um insight, algo que nos faça diferente, algo que surpreenda este mundo tão igual. Não se iluda, você pode ser um perito e mesmo assim “travar”. Arrisque mais.

14 de Dezembro de 2013.