Eu faço retratos. Não por acaso, mas por necessidade. Preciso dessas imagens para alimentar a alma: são elas que guardam a verdade que vejo nas pessoas. Não me interessa a pose ensaiada, copiada de revista ou da internet. Isso, para mim, é superfície.
Quero é ir além. Quero que a fotografia traduza a pessoa inteira. Cada detalhe importa: a luz, as sombras, a paisagem ao redor, até os objetos que aparecem no enquadramento. Nada está ali por acaso. Cada elemento é uma peça da transcrição do retrato, como se fosse uma língua secreta capaz de revelar o que as palavras não alcançam.
No meu entender fotografia é isso. Não é apenas um registro, mas uma tradução. Uma tentativa de congelar em imagem a essência de alguém, transcrever meu sentimento por essa pessoa no instante em que aperto o disparador.
20 de Setembro de 2025.