Toda criança gosta de uma boa fábula. Eu não
era diferente, mas, tinha uma que eu não gostava: A tartaruga e a lebre. Na
famosa história os dois animais disputavam uma corrida e, para surpresa de
todos os animais da floresta, a tartaruga foi a vencedora. Tinha várias lições de
moral: sobre a persistência e também sobre a soberba.
Eu não gostava porque é impossível uma tartaruga
ganhar de uma lebre no habitat da lebre, em terra firme. A disputa não é justa.
O coelho é preparado para sobreviver e correr naquele ambiente e sendo assim,
na minha ingênua opinião de criança, a tartaruga, mesmo cruzando a linha de
chegada bem depois da lebre, não poderia ser considerada perdedora.
E hoje, nossa cultura exalta e prestigia os
vencedores. O problema é que, quem não é vencedor só pode ser o perdedor e,
como tal, tem que ficar por baixo, aceitar que ali é o seu lugar. Tá errado. Não
podemos tratar como perdedores quem não tem as mesmas oportunidades dos
vencedores.
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