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domingo, 7 de outubro de 2012

Rio

A chácara que morei quando criança era cortada por um córrego. Era muito pequeno no início, tanto que podíamos cruzá-lo com um passo e nos divertíamos construindo diques, mas, a água sempre dava um jeito de continuar. Mais a frente alargava, precisávamos de um pulo para chegar à outra margem e, já fora dos limites da chácara, a única forma de atravessá-lo sem molhar os pés era cruzando uma pequena ponte de troncos. E ele continuava seu curso, crescendo, até desaguar na represa do Guarapiranga, que nunca me passou pela cabeça tentar cruzá-la.

Sei que de alguma maneira, aquele córrego venceria também esta represa, e aquelas águas um dia alcançariam o mar.

Quero ser rio, começar humilde, fazendo o caminho possível, vencendo os obstáculos com paciência, seguindo em frente, adquirindo força, expandindo e, quando chegar ao que parece ser o máximo, me lembrar que preciso continuar e me juntar a outras águas num oceano infinito.

07 de Outubro de 2012.

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