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domingo, 28 de setembro de 2014

À margem

Em outras publicações já falei do córrego que atravessava a chácara em que morava. Já falei da sua extensão e até de pontes construídas para cruzá-lo. Na maior parte do ano, suas águas eram calmas, corriam tranquilamente em suas estreitas margens e, em alguns trechos, profundas. Neste trecho que foi construída a ponte da publicação. Então, depois de uma tempestade, o calmo rio transbordou e levou a pequena ponte.

“-Oh malvado rio, destruiu a ponte que me trouxe felicidade!”.

Não, ele não era mal. Em minha cegueira egoísta não percebi que ele era o oprimido, obrigado a correr dentro de suas estreitas margens. Ele queria ser largo, livre, queria vislumbrar o horizonte. Eu é que o queria calmo e estreito. A violência era minha, que não entendia a sua vontade de ser livre.

28 de Setembro 2014.

domingo, 21 de setembro de 2014

Liberte

Sempre fui apaixonado por livros. O estranho que eu ganhei poucos livros como presente. Já tive uma biblioteca considerável e quase todos comprados. Agora, começo a me desfazer dos livros, dando a oportunidade que outros também possam lê-los.

Ironicamente, agora que me desfaço dos livros, nunca ganhei tantos. Quando alguns amigos souberam da minha ação, resolveram doar seus livros para que eu os “libertassem” também.

E tanta gente reclama que é desprezado, esquecido e não recebe amor e carinho. Talvez, o segredo seja dar ao invés de guardar para si.

21 de Setembro de 2014.

domingo, 14 de setembro de 2014

Procrastinação

E o final de semana é tão bom e dura tão pouco. Todo mundo pensa assim e tenta aproveitar ao máximo estes dois dias. E não me venha falar que preciso deixar algo pronto para a segunda-feira pois, o risco de eu fazer às 11 horas da noite do domingo é muito grande, mesmo sentindo uma ponta de agonia e culpa o feriado inteiro.

Nossa mania de achar que o perfeito continuará sempre assim desde que não mudemos nada. Viramos robôs, fazendo sempre o mesmo, automaticamente. Acabamos por esquecer coisas importantes, inclusive sentimentos.

E vivendo no automático, afinal tudo está bem, deixamos de ensinar que, se chegamos até aqui, muitos lutaram, persistiram, tiveram medo e momentos de extrema coragem, choraram, sorriram, amaram e venceram no passado.

As coisas mudam. Imaginem se faltarem exemplos para as gerações futuras.

14 de Setembro de 2014.