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domingo, 18 de setembro de 2022

Velocidade da escuridão

Na fotografia, para se iluminar uma cena basta um flash. Um piscar tão rápido e intenso de luz que às vezes, ao nosso olhar, pode passar despercebido. A imagem congelada fica clara para sempre. Mas, após o disparo do flash, a escuridão volta à cena real tão rápida quanto foi a própria luz.

Ninguém fala, mas a escuridão é tão rápida quanto a luz. Talvez, até mais rápida, pela desorientação que ela nos causa. Na escuridão que estão nossos medos, nossas angústias, nossas tristezas. E essas coisas podem aparecer muito rápido quando perdemos nossa fonte de luz

Buscar e manter a luz é nossa eterna busca. Às vezes precisamos esperar por um amanhecer, que sempre virá, mas, a gente também a cria, e não precisa ser rápida e intensa como um flash fotográfico, porque nessa situação a sensação de felicidade/proteção/satisfação também será. Tem de criá-la (ou buscá-la) como uma lâmpada, uma fogueira, uma luz continua que nos ampare, nos aqueça e nos dê a segurança para enxergar o caminho.

Conhecimento é luz. Fé é luz. Esperança é luz.

 18 de Setembro de 2022.

domingo, 4 de setembro de 2022

Enxergar

Há pouco mais de um mês percebi uma mancha em minha visão, que piorou consideravelmente em pouco tempo. Susto. Marcada com urgência consulta com oftalmologista, tenho o diagnóstico: Trombose ocular, provavelmente derivado de um glaucoma.

Iniciei um tratamento preventivo de forma emergencial com medicação, agora, torço por melhora e um diagnóstico menos triste.

Não preciso nem dizer sobre meu estado de espírito que despencou aos níveis de depressão, talvez agravada pela medicação, que tem ela como efeito colateral. 

Passado algumas semanas, ainda aguardo novos exames, tento trazer minha vida ao normal.  Afinal, a vida continua e se terei de modificá-la ou adaptá-la à uma nova realidade, não será a primeira vez, então que traga ensinamentos, que eu possa absorver e transmitir. Se é a "ferida o ponto por onde entra a luz"* que seja uma nova e promissora centelha, que ajude a iluminar novos caminhos, meus e de quem estiver por perto.

04 de Setembro de 2022.
*Rumi, poeta sufi.

sábado, 2 de julho de 2022

RITMO

Sempre soube que não seria fácil recomeçar esse blog. Não falta vontade de escrever, mas, a cadência de anos escrevendo aqui semanalmente faz falta. O blog tinha um ritmo. Os textos fluiam como uma música bonita que saia dos meus pensamentos, se transformava em palavras que eu escrevia aqui como se fosse uma dança. Depois de um silêncio de anos, talvez eu preciso buscar este ritmo perdido.

A vida é ritmo. É a batida do coração. É respiração e inspiração. São os passos da caminhada. Às vezes num compasso mais rápido, outras de forma lenta, mas sempre fluindo, sempre em frente.

E se a vida é ritmo, façamos dela uma dança. Que seja bonita. Às vezes suave, outras intensa, mas que possamos ser verdadeiros na melodia.

02 de Julho de 2022.

 

sábado, 25 de junho de 2022

Tempo

Minha mãe tem em seu jardim um vaso de "Flor-de-Maio". Engraçado que quando ela apareceu com esta planta eu não imaginava que era flor. Achei que era só mais uma leguminosa com aparência de cactos. Pra quem gosta de flor, não parece uma planta muito atraente.

Vi aquele vaso por alguns meses até chegar o mês de maio e aparecer entre aqueles galhinhos secos e sem graças, as mais belas flores. Me surpreendi.

Nunca mais olhei para aquela planta achando-a sem graça. Aprendi que o cuidado doado no cultivo resultará num belo espetáculo, e, mais que isso, que toda a beleza das flores, parte dela está no tempo que a planta levou para desenvolvê-la.

“O tempo é a distância entre a conduta e a retribuição." – Rabi Yehuda Berg.

25 de Junho de 2022.




sábado, 18 de junho de 2022

Árido

Mexendo no meu computador achei por acaso essa foto feita há pouco tempo. Uma técnica simples de fotografia que mistura luz projetada e uma longa exposição da câmera.

Umas plantinhas num fundo preto. A simplicidade da imagem contrastou com os cactos, plantas que vivem em ambientes áridos. Árido também pode significar algo sem graça como o fundo simples e preto escolhido para a foto.

Árido, um lugar onde não se cultiva nada, onde não cresce nada, lugar que não dá frutos.

Esse blog, depois de tanto tempo em atividade, não merece ser árido. Nada tem de ser estéril. O que gente faz precisa ser fértil, criar coisas, incentivar o que for bom.

A foto na verdade é bonita e me lembrou que preciso produzir, criar o que for bom.

18 de junho de 2021.

sábado, 11 de junho de 2022

Voltar (Ho’oponopono)

Desde 2019 eu não voltava aqui. Na verdade o blog já tinha parado em 2018. Não faltava o que escrever, mas, achava que faltava olhos para lerem o escrito.

"_ Um dia eu volto". Mas a gente não volta, a gente só continua, a gente segue o destino, a gente caminha pra frente. Buscamos o futuro. A gente só volta quando sente saudade. Quando sente falta.

Eu sinto falta do que eu era. Tenho saudade do que eu fui. E quando a dor do sentir falta é muita, a gente volta.

Aqui eu escrevia para você, leitor, mas, conversava comigo. Refletia sobre o que eu via, sobre o que eu lia, sobre o que eu sentia, principalmente, sobre o que eu aprendia.

E conversando comigo através das palavras que escrevia para você, eu me enchia do melhor sentimento que existe. E quando gente se enche, transbordamos e encharcamos quem próximo está.

Converso comigo:
Sinto muito (eu não devia ter parado). Me perdoe (por ter esquecido o poder que isso tinha). Eu te amo, Universo (por ainda produzir em mim a inspiração). Eu sou grato por tudo que senti, passei, aprendi, transmiti.

11 de Junho de 2022.