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domingo, 29 de novembro de 2015

Castelo de areia


Aprendi com meu pai a construir castelos de areia. Eles não eram uniformes, não tinham torres, nem bandeiras, nem muralhas.

Quando criança, vi meu pai cavando a areia molhada e ele a deixava escorrer pelos dedos. As gotas de areia iam tomando a forma de pirâmide, que mais tarde me lembrou as torres de Gaudi, mas isso não vem ao caso.

Aquele era o seu castelo de areia. Não era nada sofisticado, então, ele não se importou de compartilhar sua construção comigo e eu comecei a imitá-lo, depois chegou meus irmãos e repetiram o gesto. A torre crescia, naquela forma escorrida e engraçada e, em determinados momentos, ela desabava e imediatamente apareciam novas formas.


Quase como num transe íamos os quatro construindo uma torre que desabava e se transformava. E nunca sabíamos quando, em que pingo de areia, de que mão viria aquele pingo que faria a torre ceder, nem no que se transformaria.

Ao compartilhar ações construtivas é sabido que num momento, aquele pingo a mais de alguém, transformará tudo ao redor, mas, não é um colapso, é uma nova construção, uma nova forma, uma mudança criativa.

29 de Novembro de 2015.

domingo, 22 de novembro de 2015

Neblina

Quem já dirigiu sob neblina sabe o que significa medo. Ter de guiar o carro sem ver o que há a frente é algo que causa pavor. O pior que você também não pode simplesmente parar, pois, causará um acidente, então, com medo, você continua.

Eu, quando tive de dirigir nessa situação, busquei orientação nas faixas demarcadas no solo, assim, eu sabia quando precisava virar à esquerda ou à direita. Sabia que não bateria num muro nem cairia numa ribanceira. Na frente eu precisava confiar e torcer para não aparecer nenhum obstáculo.

Algumas vezes ficamos tão perdidos e o medo nos impossibilita enxergar o futuro. Na verdade, nunca o enxergaremos. A gente pode imaginar nosso futuro
, pelos nossos atos e escolhas no presente. E aqui no presente, precisamos buscar a sinalização (deixada há muito tempo, por pessoas sábias) que nos balizará evitando os obstáculos fatais.

O que vem a frente? É preciso confiar.

22 de Novembro de 2015.

domingo, 15 de novembro de 2015

Desejo de Deus?

O desejo humano de possuir riquezas pode transformar em lama tóxica o que a natureza levou milhões de anos para formar. E o ser humano é só desejo. Deseja posses, deseja poder, deseja estar certo, deseja que o próximo o siga. Como desculpa de dar ao Criador o que Ele quer, matamos uns aos outros.

Dizem que somos feitos imagem e semelhança do Criador. Carregamos dentro de nós o Seu sopro. E de onde vem este desejo? O que eu tenho de dar ao Deus?

O Criador já tem tudo, Ele que fez, não precisa de mais nada. O Criador nos deu o Universo, nos deu as provisões, nos deu a vida através de um sopro (será que não colocou dentro de nós uma alma?) e continua nos dando os dias para corrigirmos nossos erros.

A natureza de Deus é dar.

Eu não posso dar nada a Quem já tem tudo. Se queremos ser imagem e semelhança do Criador, o nosso desejo não pode ser o de ter/possuir.

15 de Novembro de 2015.

domingo, 8 de novembro de 2015

Caminho do meio

Ontem assisti uma comédia antiga e que gosto muito: “Meu primo Vinny” (1992). Me diverti como da primeira vez. O filme conta a história de dois rapazes que foram presos e acusados erroneamente por assassinato, para livrá-los da prisão e da pena de morte, os rapazes contratam um atrapalhado e inexperiente advogado, o primo Vinny do título.

Eu adoro filmes de tribunais. Promotor, advogados de defesa, juízes, testemunhas, jurados todo esse clima me parece um show, onde se tenta provar uma verdade.

O promotor exagera os pontos negativos dos acusados, o advogado de defesa faz o contrário e mostra os pontos positivos e virtudes dos réus e o juiz, tenta evitar os exageros de ambas as partes usando os recursos da lei. O resultado disso tudo deveria ser a justiça.

Algumas vezes, pessoas nos tiram do sério fazendo-nos reagir. Brigando, xingando, gritando, tentando fazer a justiça com “as próprias mãos”, mostramos todo o nosso lado negativo, assim, acabamos por perder a razão. Outros, também mal-intencionados e sabendo de nossas virtudes, nossas boas inclinações, nos adulam para que colham vantagens, no final quem acaba prejudicado, mais uma vez, somos nós.

Quando se sentir  bruscamente “puxado” em uma ou outra direção, é preciso buscar o equilíbrio, buscar a verdade, só assim a justiça prevalecerá.

8 de Novembro de 2015.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Intenção

Passei minha infância inteira negando minha vontade de doces e balas, pois, meus pais me advertiram inúmeras vezes para não aceitar doces de estranhos.

Mas ganhar doces é bom ou ruim?

Ganhar balas de avós e tios talvez seja bom. Se algum pervertido usar balas para atrair e sequestrar uma criança é ruim.

Então doces e balas são ruins ou boas? Não tem resposta certa. A questão é a intenção de quem dá ou recebe. E, se acha muito cruel negar doces a crianças, é melhor se passar por cruel do que sentir culpa e arrependimento no futuro. O julgamento tem de ser sempre das intenções.

02 de Novembro de 2015.