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sábado, 15 de janeiro de 2011

Temor


Aprendi a rezar em tardes de tempestade. Lembrança mais marcante de infância era o verdadeiro pavor que minha mãe tinha de tempestades. Era só o céu encher de nuvens negras, se ouvir alguns trovões distantes e ela fechava portas, janelas, cortinas. Desligava a chave-geral de eletricidade, pegava seus três filhos, levava-os para o quarto e lá, em cima da cama e no escuro, ela nos ensinava a rezar.

Nunca entendi direito este temor de minha mãe. Apesar de isolados, não morávamos em área de risco e nossa casa, apesar de velha, só tinha algumas goteiras que, em minha ingenuidade infantil, achava até divertido.


Em tempos modernos, nos achamos mais poderosos que a Natureza, não a tememos, não a respeitamos.

Assistindo na TV as catástrofres no Rio de Janeir
o percebi que minha mãe estava mais que certa. Quando o céu avisar tempestade é necessário proteger o mais importante: as pessoas. Levá-las para lugar seguro e seco e agradecer ao Maioral por estar vivo e para livrar-nos do mal.

15 de Janeiro de 2011.

4 comentários:

Mônica Modesto disse...

Concordo com vc,quando diz que hj nos achamos mais poderosos que a Natureza,mas muitas não entendem isso.Não entendem que a nossa verdadeira casa é o nosso planeta!

Anônimo disse...

Somos felizes! Em parte porque fomos felizes! Compartilho com alegria essa infância humilde,inocente mas acima de tudo recheada de proteção e de amor verdadeiro. Obrigado por me fazer viajar até o 'tempo' mais feliz creio que não só da minha mas da VIDA! Sr. Anô...

Marcia disse...

É verdade Neto; precisamos respeitar a natureza!! Às vezes parece que Deus está bravo e acabamos ficando bravos por ver tantas catátrofes. O jeito é proteger uns aos outros e rezar para que nada de mal aconteça com os nossos. Bjs e boa semana!!!

Tili Oliveira disse...

Querido amigo, mais uma vez você conseguiu me emocionar com seu post. Fiquei me lembrando de quando eu era criança, morando numa casa simples e cheia de goteiras, que inundava sempre que chovia forte por causa da proximidade com o pequeno rio que corria inocente ali perto. Nunca chegamos a perder nossas coisas (a água só chegava aos meus joelhos de criança), mas minha mãe temia muito por nossa saúde por causa das doenças.
Sim caro amigo, como a sua, minha mãe também me ensinou a respeitar a natureza e a pedir a intervenção do Divino para nos proteger.
Infelizmente outros moradores insistiam em jogar lixo no pequeno rio e desrespeitar suas margens, o que o fazia transbordar. Hoje em dia, com um pouco de educação ambiental, as coisas mudaram um pouco, mas vira e mexe o rio mostra aos seus vizinhos que ele não vai tolerar ser maltratado.
Eu desejo que todas as mães do mundo ensinem seus filhos como as nossas o fizeram.
Grata amigo, que a Deusa nos mantenha abençoadamente temerosos. Beijos