No último domingo fraturei o colo do fêmur. A dor é quase insuportável. Agora estou bem, operei, coloquei pinos e parafusos e estou, aos poucos me recuperando. Porém, a dor persiste e sei que ela demorará um pouco para desaparecer, mas também sei que ela faz parte do processo de recuperação e que, dentro dos meus limites, tenho que lutar contra ela, vencendo-a pouco a pouco, movimento a movimento, até recuperar todos os movimentos da perna. Se eu me entregar a dor e ficar numa posição confortável, corro o sério risco de ficar atrofiado.
Sabe, no milagre do dia-a-dia, sofremos vários tipos de dor e não é só a física, mas, aquela que, dependendo da situação, é ainda pior. É a dor que vem da alma.
Com certeza, em algum momento de nossa vida nós também a sentiremos. Pode ser uma saudade, uma desilusão, uma perda e até pode aparecer sem nenhum motivo aparente. Porém, como no meu caso de recuperação, precisamos enfrentá-la, fazer com que ela passe. Ela é a prova que ainda se vive. Agora, se nos acomodarmos ou se procurarmos "uma posição confortável" para não senti-la, correremos o risco de não sentir nada, nem dores nem alegrias. Talvez isso seja o fim.
07 de Novembro de 2009